Modelo de combate à toxicodependência?





Para lançar umas achas para a fogueira…

Quais são as estatísticas relativas ao sucesso do actual modelo de prevenção do consumo de drogas?

Vale a pena financiar o actual modelo?

Qual a taxa de sucesso na reabilitação dos objectos de tais intervenções?

Quanto se gasta? É eficaz?

O consumo de droga deve ser ilegal?

Porque não aproveita o Estado para captar impostos desta actividade?

O que provoca a carga negativa associada a este fenómeno? O facto de ser ilegal? Imoral?

Se o consumo e produção fossem legais existiria a mesma criminalidade associada a este fenómeno?

Em jeito de provocação: não seria uma forma de revitalizar o Interior a promoção da agricultura dedicada ao fabrico de papoila, cannabis etc etc?

PS: Estas últimas interrogações relacionam-se com a convicção de que é impossível erradicar o consumo de dorgas, quaisquer que elas sejam…

2 thoughts on “Modelo de combate à toxicodependência?

  1. Penso que o problema actual se põe na criminalização do consumidor quando o consumo de drogas é algo tão natural como a humanidade: “Desde as épocas mais remotas que o Homem busca em determinadas substâncias oferecidas pela Natureza meios que considera idóneos ao alívio e cura do sofrimento físico, à desinibição, ao revigoramento das energias, para o trabalho e para a guerra e à aproximação mística às entidades divinas (Poiares, 1998)Diversos autores realçam o paralelismo entre a evolução da civilização e o consumo de drogas, tal como o significado único atribuído a elas de acordo com o espaço e o momento histórico: “a droga esteve intimamente ligada à vida de todos os povos desde a alvorada da humanidade. Os modos e os consumos, as razões desses consumos variam consoante o período Histórico e o lugar onde ocorrem” (Strauss;1973 citado por Rosa et al;1997)Poderia continuar aqui o dia todo…Porém o que quero dizer é que a ênfase deve ser dada ao não transformar o consumo de drogas em algo criminoso e sim em algo quase natural: toda a mudança no paradigma acarretaria outras mudanças.O consumo seria legal e deste modo os recursos das forças de segurança não seriam empregues no erradicar dos consumidores e traficantes.Ao ser uma actividade legal permitiria que os processos de produção fossem legitimados, regulamentados e desta forma idoneamente controlados: o tráfico seria residual.Permitiria uma acção preventiva mais efectiva concentrada efectivamente na prevenção primária e não na secundária/terciária ao fazermos tudo Às claras e sem dramatismos.Quanto ao actual modelo: não concebo um modelo que não é devidamente auditado: Quantos consumidores se tornam efectivamente abstinentes?Que abordagem multifactorial é empregada? Têm empregos? Não usam por exemplo metadona para vender e poder comprar heroína por exemplo?Penso que num cenário de contenção, apesar de não se ter apostado na real estruturação de serviços se algum serviço tem de ser encerrado é o empregue em sustentar pessoas que não querem ser ajudadas… Se me dizem que o sistema funciona só pode ser quem não vive no mundo real e não sai à rua… Convido todos a deslocarem-se aos bairros mais problemáticos e dizerem-me o que acham

  2. Mauro, neste aspecto creio que vale a pena pensar como o S. Levitt e ponderar este flagelo atendendo à perspectiva económica.Ora os 2 grandes pilares da economia assentam 1º- as pessoas reagem aos incentivos 2º- a lei da oferta e da procura.Vendo as coisas dentro deste prisma, se considerarmos os grandes traficantes de droga o centro do problema (que é o exercício actual) estamos a criar outros bastante complicados. Primeiro, ao erradicar um traficante estamos a diminuir o produto circulante, logo menor oferta de mercado, logo um incentivo para os restantes traficantes injectarem mais droga nas ruas a um preço maior, levando à necessidade de comportamentos mais desviantes por parte do consumidor final para conseguir a dose.Efectuando o exercício ao contrário, se diminuirmos o número de dependentes, a procura diminui. Logo o preço da droga diminui (aumenta a oferta), o tráfico deixa de compensar atendendo aos riscos inerentes uma vez que o consumidor final paga menos pelo produto. Por este motivo, vejo que a política mais correcta deve centrar o problema no consumidor final, que infelizmente é tratado como um "desgraçado" mas que é a chave da resolução deste malfadado circulo vicioso. Agora que medidas a adoptar? Isso só depende dos "estrategas" dos representantes da luta contra a droga e toxicodependência.

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