ENFERMAGEM EM PORTUGAL: ESTADO DA ARTE

http://www.ordemenfermeiros.pt/comunicacao/Paginas/EstudoOCDEConfirmaVisaoOE.aspx

10-12-2010
Estudo da OCDE confirma visão da Ordem dos Enfermeiros sobre recursos da Saúde em Portugal – Desemprego e emigração de enfermeiros são um desperdício que só uma visão retrógrada da organização dos cuidados explica

“ Lisboa, 10 de Dezembro de 2010 – Mais uma vez um estudo comprova que há falta de enfermeiros em Portugal e a inversão desta situação poderia contribuir decisivamente para melhorar os indicadores de saúde em áreas como a diabetes, obesidade, baixo peso à nascença e Saúde Mental. Esta é a principal conclusão que a Ordem dos Enfermeiros retira do relatório divulgado recentemente pela Organização para a Organização e Desenvolvimento Económico (OCDE).

De acordo com o Health at a Glance – Europe 2010, o número médio de enfermeiros por mil habitantes nos países da União Europeia (UE) era, em 2008, de 9.8, sendo que em Portugal esse valor se situava em 5.7. Por outro lado, o rácio de enfermeiro por médico – que na UE se situa nos 2.6 enfermeiros por cada clínico –, em Portugal é de 1.5, o sexto mais baixo dos países considerados pela OCDE.

No mesmo relatório é referido que o número de médicos em Portugal está acima da média da União Europeia (3.7 por mil habitantes contra a média de 3.3) e que devido ao tipo de cuidados prestados, o número de enfermeiros deve exceder, consideravelmente, o número de médicos. Todavia, em Portugal não existem dois enfermeiros por cada clínico.

É fácil perceber que há cidadãos que não estão a receber os cuidados que necessitam. Por sua vez, os cuidados prestados podem ser melhorados desde que se repense e reorganize a oferta de cuidados de acordo com as necessidades e as competências profissionais hoje existentes, nomeadamente as dos enfermeiros.

Falar de carência de médicos e não falar de carência de enfermeiros, acrescida da não rentabilização dos recursos disponíveis, é um efectivo sinal de desperdício. (…)
Um estudo recentemente formulado pela Ordem dos Enfermeiros junto de jovens que concluíram a sua licenciatura em 2007, 2008 e 2009 revela que:

– Em Junho de 2010, 19% desses enfermeiros não estavam a exercer a actividade; Esta percentagem sobe para 29% se consideramos apenas os enfermeiros formados em 2009.

– Houve um aumento considerável do hiato temporal que separa o final da formação académica da primeira experiência profissional: de três para seis meses. Num estudo idêntico realizado em 2009, 57% tinham conseguido emprego ao fim de 3 meses. Em 2010 foram 43%. Entre 6 meses e um ano, a percentagem passou de 14% para 24%.

– A emigração de enfermeiros praticamente triplicou desde o estudo anterior (5% para 13%).

(…) Tudo isto é algo que tem vindo a ser comprovado através de relatórios formulados por organismos idóneos (dos quais se destaca a publicação da OCDE acima referida, mas também o estudo do Instituto Superior de Economia e Gestão (ISEG) sobre «Sustentabilidade e Competitividade na Saúde em Portugal». Em menos de uma semana, dois trabalhos distintos identificam a existência de um défice crónico de enfermeiros no País, sendo este um problema do sistema de saúde ao qual os governantes devem responder.

(…) Num contexto de contenção de custos e de tentação de «cortes cegos», é imprescindível construir plataformas de consensos a partir dos dados que aqui se analisam. Essas plataformas de consensos devem ser o suporte de pactos sociais e políticos que sustentem um serviço de saúde onde nenhum cidadão seja excluído dos cuidados a que tem direito.

A Ordem dos Enfermeiros, como sempre o tem feito, empenhar-se-á neste caminho.
O Conselho Directivo da Ordem dos Enfermeiros”

PERGUNTA 1) QUAL A RESPONSABILIDADE DE ORDEM DOS ENFERMEIROS NA ACTUAL SITUAÇÃO?

PERGUNTA 2) QUAL DEVERÁ SER O PAPEL DA ORDEM DOS ENFERMEIROS NA RESOLUÇÃO DO PROBLEMA?